Com certa afinação, deito os pensamentos langorosos nas
águas longes do mar sem fim. De pálpebras cerradas, a vida entorpece o sal que
espuma dos olhos, a nebulosa estranha bruma que sossega. E uma letargia profunda
impregna, deita lenta e repousa o horizonte encarnado em mim ...
Os ruídos quietos de dentro ressonam-me algures os calados
sentimentos. Acalmam candentes sensações. Adormecem vagas inconstantes. Ondeiam
incontidas horas em silentes sonhos.
O corpo meu sonolento segue flutuando com um pouco mais de
alma e se perde numa consolação sem volta, num rumo certo ou quase certo, nessa
imensidão doce, azul, oceânica, sonífera...
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