Sentiu uma agonia movimentar-se dentro de si. Era mais do
que uma sensação. Era um fogo negro que queimava por dentro. Primeiro, veio uma
estranheza vagarosa longa subindo pelo seu esôfago, provocando-lhe ardor.
Depois, sem tardança, explodiu feito um vulcão. Vomitou palavras. Cuspiu fogo.
Arfou palavrões. Choramingou verdades. Encenou uma desgraça incandescente nunca
vista. Direcionou a sua fúria. Arrancou as sombras e engasgos emaranhados. De repente, diante de olhares duvidosos e
pasmados, abaixou-se quieta, ajuntou os pedaços de sua máscara, vestiu e saiu
calma, como se nada tivesse acontecido...
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