09 outubro 2013

Máscara...

Sentiu uma agonia movimentar-se dentro de si. Era mais do que uma sensação. Era um fogo negro que queimava por dentro. Primeiro, veio uma estranheza vagarosa longa subindo pelo seu esôfago, provocando-lhe ardor. Depois, sem tardança, explodiu feito um vulcão. Vomitou palavras. Cuspiu fogo. Arfou palavrões. Choramingou verdades. Encenou uma desgraça incandescente nunca vista. Direcionou a sua fúria. Arrancou as sombras e engasgos emaranhados.  De repente, diante de olhares duvidosos e pasmados, abaixou-se quieta, ajuntou os pedaços de sua máscara, vestiu e saiu calma, como se nada tivesse acontecido... 



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