18 junho 2013

Foi assim ....

Mansamente os espaços vazios se alongaram até virar um abismo. O tempo foi passando, ora dia, ora noite, ora queimante, ora gelado e foi deixando pelo caminho as recordações... Quem se afastou primeiro? Comum acordo!O hábito devorou as emoções e a falta de tempo suavizou as urgências, as "nossas" urgências... Não há culpados porque jamais houve promessas ou compromissos reais. A vida seguiu, quieta, nos passos de cada um de nós. Talvez tenha restado um pingo do que poderia ter sido em nossos corações, mas ele foi absorvido pelas responsabilidades do momento "agora". Os sonhos não cabem mais nessa história porque os pés estão cravados na realidade. E para sonhar é preciso que os pés permaneçam soltos e as asas abertas para o voo do pensamento e do querer. Restou uma história de amor fissurada, com fendas e aberturas, desmantelada e sem sequência e não sacramentada. Tudo não passou de um sopro ou tormenta...
E quando vislumbro o além, não o vejo imóvel, sorrindo e de braços abertos. Agora o céu acendeu e o sol tornou a brilhar e de olhos fechados sinto o mormaço quente de uma manhã solitária qualquer...

Fim!

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