Mansamente os espaços vazios se
alongaram até virar um abismo. O tempo foi passando, ora dia,
ora noite, ora queimante, ora gelado e foi deixando pelo caminho as recordações... Quem se afastou primeiro? Comum acordo!O hábito devorou as emoções e a
falta de tempo suavizou as urgências, as "nossas" urgências... Não há culpados porque jamais
houve promessas ou compromissos reais. A vida seguiu, quieta, nos
passos de cada um de nós. Talvez tenha restado um pingo
do que poderia ter sido em nossos corações, mas ele foi absorvido pelas
responsabilidades do momento "agora". Os sonhos não cabem mais nessa
história porque os pés estão cravados na realidade. E para sonhar é preciso que
os pés permaneçam soltos e as asas abertas para o voo do pensamento e do
querer. Restou uma história de amor fissurada,
com fendas e aberturas, desmantelada e sem sequência e não sacramentada. Tudo não passou de um sopro ou tormenta...
E quando vislumbro o além, não o
vejo imóvel, sorrindo e de braços abertos. Agora o céu acendeu e o sol
tornou a brilhar e de olhos fechados sinto o mormaço quente de uma manhã solitária
qualquer...
Fim!
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